segunda-feira, 12 de março de 2012

Soneto do Acaso Malfeito

Cruel roda da fortuna:
Que hora mais inoportuna
Pr'apareceres em chamariz -
Quando eu achava que era feliz!

Viras de novo de ponta-cabeça,
E não permites qu'eu esqueça,
Um passado que nunca ocorreu,
Mas cujo remorso de fato é meu.

Que modo vil tens de afetar
E de fazer-me duvidar
De tudo aquilo que eu desejava.

Acre-doce ironia da vida
Acelerar assim a partida
Qu'eu não queria mas esperava.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Eu sou um herói de merda;
Sou um leão entre cordeiros;
Um Hitler criando holocaustos de judeus e arianos;
Um Ku Klux Klan caçando brancos e negros;
Um bolchevique executando famílias reais e plebéias;
Sou um Bin Laden explodindo cristãos e muçulmanos;
Uma turba que assassina Joseph Smiths e Joseph Ratzingers;
Um gueto para cada etnia;
Sou uma bala e uma cápsula para Hitlers e aliados;
Uma termópilas para Leônidas e para Xerxes;
Uma praga que assola Israel e Egito;
Uma guilhotina que arranca cabeças de reis e revolucionários;
Um terremoto que assola todos os continentes e uma enchente que destrói cada cidade;
Eu sou uma metáfora para cada mentira
E um desespero para cada verdade;
Sou sangue de gato espirrando no seu pára-brisas;
Sou aquele que caga na cara do mundo.